MANUEL DE SOUZA MAGALHÃES
( Brasil – Pernambuco )
( 1744 – 1800 )
CAMPOS, Antonio; CORDEIRO, Claudia. PERNAMBUCO, TERRA DA POESIA - Um painel da poesia pernambucana dos séculos XVI ao XXI. Recife: IMC; Rio de Janeiro: Escrituras, 2005.
628 p.. Ex. bibl. Antonio Miranda
SONETO (I)
Se eu não vivera tão empobrecido,
De ouro fino um cajado hoje vos dera.
Se eu do Cisne canoro a voz tivera,
Cantara o vosso ser enobrecido.
Sei que de vós, Prelado enriquecido,
A minha data a escusa merecera.
Que em louvar-vos vos não engrandecera,
Porque nasceste todo engrandecido.
Muitos farão melhor, mas por vaidade,
Por dádiva, e louvor sobra o que elejo:
De amor sobra a fiel sinceridade.
Feliz mil vezes eu hoje me vejo!
Não achando que dar, tenho vontade:
Não chegando a aplaudir, tenho desejo!
- Ao Bispo D. Diogo de Jesus Jardim
(In Biografias e Alguns Poetas e Homens Ilustres da
Província de Pernambuco, 1856. p. 44)
OUTRO ( 1 )
O nosso Arão exulta de alegria!
Nosso Moisés com gostos semelhantes!
Pela núpcias dos ótimos infantes,
Pelos anos da ínclita Maria.
Exprime o gosto de uma Artilharia
Nas línguas, e clamores fulminantes;
Do outro o clero em cheiros fumegantes
Da goma do Sabiá, que aos Céus envia.
César guerreiro os louros afiança,
Quando sobre os altares com ternura
Brota o jardim os frutos da Esperança.
Ambos gostam de ver tão firme, e pura
Nos esposos da paz a segurança
E nos esposos da paz a segurança
E nos anos da mãe nossa ventura.
(In Biografias e Alguns Poetas e Homens Ilustres da
Província de Pernambuco, 1856. p. 44)
( 1) Por ocasião das festas dos casamentos dos Infantes
de Portugal e Espanha em 1974, as quais se celebraram
em Pernambuco no mesmo ano, e no dia aniversário do
natalício da Rainha D. Mara 4ª., sendo Governador José
César de Menezes, e Bispo D. Diego.
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Página publicada em setembro de 2022
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